Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

António Cunha, Presidente da CCDR-NORTE, defendeu uma maior autonomia de planeamento e gestão para a CCDR-NORTE no próximo quadro comunitário de apoio. As palavras foram proferidas no primeiro Fórum Autárquico da Região Norte, em Vila Real, onde estiveram reunidos certa de 140 autarcas e dirigentes públicos do Norte.

A sessão assinalou o primeiro ano de mandato de António Cunha à frente da CCDR-NORTE – o primeiro Presidente eleito da instituição – servindo como balanço e apresentação de contas e uma visão sobre os desafios de curto e médio prazo da Região Norte.

António Cunha começou por relatar o “exercício de reinstitucionalização da CCDR-N”, assente numa agenda estratégica do Conselho Regional e na reativação do Conselho de Coordenação Intersetorial. Para o Presidente da CCDR-NORTE só com um Norte “mais coeso, mais conectado e com mais voz será possível almejar um Estado mais desconcentrado e mais descentralizado” e, ainda, “mais ágil e próximo dos territórios, das instituições, das empresas e dos cidadãos”.

No plano da gestão, o responsável apontou as medidas de reprogramação implementadas no NORTE 2020 e os resultados na aceleração da sua execução. 2021 será “o melhor ano de execução do Norte 2020” – devido à injeção de 600 milhões de Euros na economia regional.

Na sua intervenção, António Cunha defendeu ainda um incremento da autonomia como passo decisivo no futuro da instituição e do país. Uma autonomia que passa por gerir “um envelope financeiro robusto”, que deverá rondar os 3,4 mil milhões de Euros, mas que deverá ser aplicado “com alta precisão” às diferentes prioridades apontadas na estratégia Norte 2030 e às diferentes “necessidades dos nossos territórios”.

O Presidente da CCDR-NORTE acredita que o Norte “só pode sair a ganhar” da formatação do Portugal 2030.

Na mesma linha de pensamento, o Presidente do Conselho Regional do Norte, Miguel Alves, desafiou o Governo a “dar lugar aos Presidentes das CCDR na Comissão Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria (CIC), ao lado dos ministros, dos Governos Regionais e do representante da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)”.

“Seria um sinal e seria um exemplo de como a voz regional pode ser mais do que uma opinião, pode ser parte da decisão”, afirmou o presidente do Conselho Regional do Norte.

O Fórum foi ainda palco para o lançamento do primeiro prémio anual de Personalidade do Norte, atribuído ao arquiteto Álvaro Siza Vieira, que, segundo António Cunha, representa “o Norte de corpo inteiro, fiel às suas raízes” e “um dos mais relevantes nomes da arquitetura mundial e mais prestigiado arquiteto português”.

O Presidente da CCDR-NORTE anunciou ainda neste Fórum o lançamento em 2022 dos Prémios “Mais a Norte” para distinguir casos de sucesso e boas práticas de desenvolvimento regional a Norte.