A CCDR NORTE e o NORTE2030 reuniram esta quarta-feira de manhã, em Vila Real, com a CIM Douro no âmbito da iniciativa “Ouvir o Território, Construir o Futuro”. O encontro de trabalho aprofundou os desafios e oportunidades da NUTS III Douro, um dos territórios mais singulares da União Europeia, marcado simultaneamente pela sua paisagem cultural classificada, pela excessiva dependência da vinha, pela pressão das alterações climáticas e pela crescente procura turística.
Douro: um território único
Durante a sessão, o Presidente da CCDR NORTE, António Cunha, destacou o carácter excecional do Douro, afirmando que “o Douro não é apenas um território português, é um território do mundo. É uma paisagem classificada, um símbolo cultural, um ativo económico e um lugar onde a natureza, a história e o futuro se encontram”.
Face aos desafios estruturais da região — a monocultura vitivinícola, as pressões climáticas e o despovoamento — o Presidente apontou quatro eixos estratégicos essenciais para o período pós-2027: reforço da investigação e inovação agrícola, incluindo viticultura de precisão e diversificação inteligente; melhoria da gestão da água, com investimentos em armazenamento e rega eficiente; valorização e proteção da paisagem classificada, com ações de prevenção de incêndios, controlo da erosão e salvaguarda dos socalcos; e aumento da capacidade de fixar e atrair pessoas, o que exige oferta de habitação, educação e emprego qualificado. “A melhor forma de proteger o Douro é prepará-lo para o futuro”, sintetizou António Cunha.
O Presidente da CIM Douro, João Manuel Gonçalves, manifestou satisfação com o encontro de trabalho, salientando que “o futuro é bastante exigente para todos os responsáveis regionais e locais, e só com articulação estratégica e visão partilhada será possível responder aos desafios profundos que o Douro enfrenta”.
Investimentos em curso: agricultura, turismo, ambiente e reabilitação
Durante o encontro, foram também apresentados os investimentos em curso na região, que totalizam mais de 694,2 milhões de euros através do Portugal 2030, do PRR e do PEPAC 2030.
Estes investimentos abrangem áreas como regeneração urbana, mobilidade, infraestruturas educativas e valorização cultural e turística (no âmbito do Portugal 2030); habitação, educação, digitalização dos serviços públicos e eficiência energética (PRR); e viticultura, agricultura sustentável, proteção de solos e água e diversificação agrícola (PEPAC 2030).
Entre os principais investimentos aprovados na região destacam-se projetos relevantes em várias áreas. Em Tabuaço, a Sociedade Agrícola da Quinta de Santo António de Adorigo está a desenvolver um projeto de agroturismo no valor de cerca de 14,2 milhões de euros, financiado em 5,6 milhões, reforçando a competitividade empresarial e o turismo qualificado no território.
Em Vila Real, a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro está a ampliar e remodelar o Serviço de Urgência e o Bloco Operatório do hospital, num investimento superior a 13,5 milhões de euros, dos quais 6,5 milhões são financiados, reforçando a capacidade de resposta do SNS.
Na área da transformação e comercialização no setor das pescas e aquicultura, a Macro-Frio, em Tarouca, está a construir e equipar uma nova unidade industrial, num investimento de 9,7 milhões de euros, com um apoio de 3,4 milhões.
Em Vila Real, o município está a desenvolver a expansão da zona industrial de Constantim, com um investimento de 6,7 milhões de euros, apoiado em 1,5 milhões, promovendo a atratividade empresarial.
Já em Moimenta da Beira, a empresa M-Reciclagem investe 6,3 milhões de euros num projeto de economia circular, apoiado em 2,5 milhões, reforçando a transição sustentável na região.
“O investimento em curso é expressivo, mas precisa de ser concretizado. As metas definidas para o ano de 2026 para o Portugal 2030 e para o PRR 2021/2026 constituem um desafio significativo para todos os atores regionais, sendo essencial assegurar o seu cumprimento”, sublinhou António Cunha.
A CCDR NORTE reafirmou o compromisso de trabalhar com os municípios, produtores, entidades regionais, universidades e agentes económicos para atingir as referidas metas de execução e para preparar uma nova etapa de desenvolvimento territorial, capaz de garantir sustentabilidade económica, social e ambiental ao Douro nas próximas décadas.
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