Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Com curadoria de Jorge Sobrado, vice-presidente da CCDR NORTE, e de Rita Roque, a exposição constitui uma revisitação e homenagem ao património agrícola, cultural e humano da região, em particular no feminino, convocando arquivos históricos, produtores e grupos de cantares locais e obras inéditas de seis artistas, que realizaram residências de criação em Arouca, entre maio e agosto.

Através de linguagens tão diversas como a poesia, fotografia, vídeo, arquitetura, música e ensaios filosóficos, “Madre Antiga” propõe uma narrativa sensível e plural sobre este território, as suas práticas e suas gentes.

Na ocasião, Jorge Sobrado destacou o compromisso cultural ativo da CCDR NORTE na promoção do diálogo entre a tradição e a criação contemporânea: “a criação artística procede a um resgate da memória rural, sonora, imagética e reinterpreta-a.”

O canto, de acordo com Jorge Sobrado, é um dos elementos centrais da exposição: “é uma espécie de solo comum e de prolongamento entre os universos do trabalho e da espiritualidade, do quotidiano e do transcendente, do campo e do mosteiro, prática e tradição que se expressam especialmente no feminino neste território”.

O próprio título da exposição, defende Jorge Sobrado, é uma celebração do feminino: “ ’Madre antiga’, termo resgatado de um verso de Sá de Miranda sobre os lavradores, remete para uma espécie de sabedoria intemporal no feminino, oriunda da Terra, do poder da criação e do cultivo”.

A exposição estará patente até 31 de outubro e inclui obras de Andreia C. Faria, António Alves, Gustavo Carreiro, Inês Morão Dias, Teresa Castro e Vítor Guerreiro, que, ao longo de quatro meses, conviveram com produtores locais, grupos de cantares, artesãos e historiadores, dando corpo a um encontro orquestrado com memórias visíveis e invisíveis, materiais e imateriais sobre Arouca.

Esta sexta-feira, 26 de setembro, pelas 19h, será apresentado o catálogo “Ora Cantate! et Labora” da Exposição Agrícola da Edição dos 80 anos da Feira das Colheitas (2024), na Biblioteca D. Domingos de Pinho Brandão, numa sessão que contará novamente com a presença de Jorge Sobrado. A sua produção contou com o apoio do programa NORTE PONTUAL 2025.