Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Decorreu esta sexta-feira, na Casa dos Noura, em Alijó, o Encontro “Aldeias do Douro, Aldeias do Mundo: Rostos do Presente, Rostos do Futuro”. O evento, inserido no âmbito das comemorações dos 20 anos de classificação do Alto Douro Vinhateiro, foi promovido em parceria pela CCDR-NORTE, a Aldeias de Portugal – ATA e a Rostos da Aldeia.

Durante o encontro foram abordados os desafios que hoje se colocam às aldeias e redes de aldeias do Norte, em concreto do Douro, e as medidas de políticas públicas nos seus territórios aplicadas, em áreas como a demografia, a cultura, o património ou o turismo. No foco da sessão, esteve a sustentabilidade destas aldeias no quadro do desenvolvimento regional e local.

O Presidente da CCDR-NORTE, António Cunha, alertou para o facto de as aldeias estarem “a sofrer uma erosão demográfica” que transforma muitas delas em “aldeias-fantasma”. “Precisamos de romper com esse ciclo vicioso, e as redes de aldeias, na sua lógica de complementaridade, atratividade e promoção, ajudam a dinâmicas turísticas, mas também culturais e de repovoamento, designadamente com residentes temporários”, acrescentou.

Rejeitando liminarmente uma lógica de desenvolvimento regional que coloque a aldeia como um “conceito arcaico”, isto é, “estritamente rural, de baixas qualificações, isolada e de cultura exclusivamente tradicional”, António Cunha apontou a uma imagem das “aldeias de futuro”, como “uma combinação de tradição e inovação, de identidade local e conetividade global, de autenticidade e modernidade”.

Neste sentido, o Presidente da CCDR-NORTE reforçou a importância das redes de aldeias, de uma forte aposta do novo programa operacional Norte 2030 neste capítulo, da acessibilidade digital e da atração de novos intérpretes a estes territórios, sem nunca colocar em causa a preservação da identidade local.

Ainda nesta ocasião, foram apresentados seis filmes documentais relativos às Aldeias Vinhateiras do Douro (Barcos, Favaios, Provesende, Salzedas, Trevões e Ucanha), produzidos nos últimos meses pela associação cultural “Rostos da Aldeia”.