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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, IP União Europeia

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A Livraria Lello teve casa cheia na primeira tertúlia do ciclo dedicado a Camilo Castelo Branco. A iniciativa promovida pela CCDR NORTE, com a curadoria de Jorge Sobrado, vice-presidente da instituição, decorreu na noite de quinta-feira, 22 de maio, inserindo-se no contexto das comemorações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco.

A primeira de oito tertúlias teve como tema “Camilo: Política/Liberdade” e contou com João Pedro Matos Fernandes, ex-ministro do Ambiente, e José Manuel de Oliveira, historiador, museólogo e antigo diretor da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide como convidados. A moderação coube a Minês Castanheira.

Para Jorge Sobrado “celebrar o bicentenário de Camilo Castelo Branco era irrecusável. Camilo é o cicerone do Norte, ele é o inventor do Norte, é o cartógrafo simbólico, psicológico do Norte, do nosso temperamento, do nosso sentido trágico, da nossa paixão, do nosso desejo.”

O responsável adiantou ainda que a próxima tertúlia será “no Bom Jesus do Monte, já no próximo dia 12 de junho para falar de “Morte e Ressurreição” convocando a espiritualidade em Camilo, na vida e na obra”.

António Cunha, presidente da CCDR NORTE salientou a “forma notável e brilhante” como se iniciou este ciclo de tertúlias “num local mágico que é a Livraria Lello, com um painel de convidados muito interessantes, dois profundos conhecedores da realidade camiliana, que se complementam, Matos Fernandes e José Oliveira”.

Ao longo de cerca de duas horas, que passaram num instante, os oradores convidados abordaram a temática da Política e Liberdade em Camilo recordando obras como “A Queda dum Anjo”; “Mistérios de Fafe” ou a “Brasileira de Pranzins”, entre tantas outras.

Para José Oliveira “Política e Liberdade são dois temas que têm grande atualidade na extensa obra de Camilo”. E explica: “Sobre Política, é inquestionável que as narrativas, de que são exemplo “A Queda dum Anjo” e “O Senhor Ministro”, proporcionam-nos a perspetiva irónica e mordaz do romancista sobre a ascensão, queda e consequente delir dos nobres valores da Ética em alguns políticos no exercício das suas funções públicas.”

Por outro lado, “Camilo sempre defendeu a Liberdade, seja a independência como escritor público, escapulindo-se a todos os espartilhos que condicionassem a sua escrita, seja na defesa dos direitos das mulheres, muito maltratadas pela influência implacável do dinheiro e pela boçalidade e rudeza dos homens de coração empedernido.”

Para Matos Fernandes, um leitor assíduo do escritor “Camilo são histórias fantásticas, sobretudo contadas a partir de parágrafos fabulosamente bem escritos. E acrescenta: “Camilo é um construtor de parágrafos que eleva ao supremo o prazer da leitura”.

Até 2026, estas sessões – inspiradas no espírito de tertúlia e no gosto camiliano pelo confronto de ideias – terão lugar em espaços camilianos da Região Norte, promovendo um diálogo renovador sobre a personalidade e a obra multiformes e extravagante de Camilo, e a sua receção e relevância na atualidade.

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