“Que um boémio, insubmisso e errante, picador do estuque de convenções, antipositivista, pouco dado ao método e à ordem tão próprios da Academia, do qual foi fugitivo e desertor, seja objeto deste congresso científico, e de aturadas “caturrices académicas”, parece circunstância camiliana bastante para servir de tributo no bicentenário do seu nascimento.” Foi desta forma bem camiliana, que o Vice-Presidente da CCDR NORTE, Jorge Sobrado, abriu na manhã desta sexta-feira, o Congresso Internacional “Camilo Castelo Branco, 200 anos depois”, que está a decorrer até domingo, 16 de março, em S. Miguel de Seide.
A iniciativa que é um dos pontos altos das comemorações, reúne, no local onde o escritor viveu grande parte da vida, dezenas de especialistas nacionais e internacionais na sua obra.
Com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e do presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Mário Passos, no ato inaugural, o congresso propõe-se até domingo “reapreciar o vasto legado camiliano, tendo presente as abordagens critico-hermenêuticas entretanto surgidas”.
Para Jorge Sobrado “este bicentenário de nascimento de Camilo Castelo Branco oferece-se como oportunidade imperdível para um chamamento da sua obra numa renovada comunidade de leitores. Só Camilo nos pode dar Camilo.”
Neste âmbito, o responsável lembrou a constituição da rede de parceria promovida pela CCDR NORTE para as comemorações do Bicentenário do escritor, que teve lugar precisamente, na Casa de Camilo.
“Famalicão e a casa onde nos encontramos servem de abrigo e inspiração à rede de 33 parceiros deste bicentenário formada a Norte, integrando municípios, universidades, instituições culturais e a CCDR NORTE.” E acrescentou: “Foi justamente aqui – teria de ser aqui, em Seide – que firmámos o protocolo constitutivo desta rede. E será também em Famalicão, no berço do Centro de Estudos camilianos, na Fundação Cupertino de Miranda, que ficará radicada a gestão da rota “escritores a Norte”.”
As comemorações, que decorrerão predominantemente entre 16 de março de 2025 e 16 de março de 2026, incluem diversas iniciativas culturais, artísticas e científicas.
“Juntos, temos em curso um programa expandido de edições e reedições, entre uma coleção camiliana, uma edição crítica sobre correspondência, um dicionário toponímico dos romances, catálogos fotográficos e guias literários… Por outro lado, uma convocatória para novos atos de criação e de mediação está a gerar uma programação à imagem e semelhança do próprio Camilo: “rebelde e sem repouso”. Serão centenas de atividades, muitas delas inéditas, numa comunicação democrática. Camilo-Texto será, assim, Camilo-Teatro, Camilo-Dança, Camilo-Ópera, Camilo-Museu, Camilo-Cinema, Camilo-Viagem, Camilo-Tertúlias, Camilo-Podcasts, Camilo-Estômago”, salientou ainda Jorge Sobrado.
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