Camilo Castelo Branco visitou o Bom Jesus do Monte, pela primeira vez, quando tinha dez anos e, ao longo da sua vida, “peregrinou” vezes sem conta ao Santuário. Esta segunda-feira, 10 de março, o romancista “regressou” ao local que é agora Património Mundial da Unesco com o lançamento da reedição da obra “No Bom Jesus do Monte”, com a chancela Opera Omnia, inserida numa coleção de 14 obras do escritor.
A iniciativa inserida nas comemorações do Bicentenário do Nascimento de Camilo Castelo Branco representa o início de “um verdadeiro diluvio editorial”, como referiu o vice-presidente da CCDR Norte para a Cultura, Jorge Sobrado, que anunciou a reedição de 14 obras camilianas, para além da edição de várias outras obras sobre Camilo. Nesse conjunto, destaca-se a publicação inédita de um dicionário toponímico dos romances de Camilo, de um álbum fotográfico da geografia camiliana, de uma edição crítica sobre a sua correspondência epistolar, de um guia literário nortenho do escritor a pensar no turismo literário, para além da reedição da biografia espiritual de Camilo assinada por Teixeira de Pascoaes – “O Penitente”.
O responsável desafiou os 33 parceiros do programa “Camilo 200 a Norte” a “pulverizar as obras de Camilo, devolvendo-as à rua, às praças, aos cafés, às escolas, às bibliotecas e às livrarias, para que leitores e não leitores de Camilo tropecem e esbarrem nele”. No bicentenário, Jorge Sobrado defendeu “um duplo movimento sobre a vida e obra do grande cartógrafo simbólico do Norte: o de um regresso aos textos, conquistando novos leitores; e o de uma reencarnação da obra em criações e manifestações artísticas contemporâneas”.
O Vice-Presidente da CCDR NORTE para a Cultura e o Património Jorge Sobrado referiu que a estratégia de programação das comemorações do Bicentenário de Camilo inclui, além da reedição das suas obras, várias dezenas de iniciativas artísticas, culturais, científicas e educativas, promovidas em parceria por municípios, universidades, fundações, outras instituições culturais e artísticas. “É preciso que Camilo-Texto reencarne como Camilo-Teatro, Camilo-Cinema, Camilo-Música, Camilo-Ópera, Camilo-Ciência, Camilo-Mesa, entre outros.” Sem prejuízo dessa visão, “os livros de Camilo serão o Alfa e Ómega, o princípio e o fim do Bicentenário”.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, sublinhou que é responsabilidade das instituições locais criarem condições para que “quem ainda não conhece a obra de Camilo possa tomar consciência da importância deste que é um dos maiores vultos da nossa literatura”.
“A programação do bicentenário é abrangente e diversificada, e é com bastante satisfação que vemos esta iniciativa realizar-se num dos espaços mais icónicos do território, o Bom Jesus do Monte, património da humanidade. O autarca aproveitou ainda a oportunidade para enaltecer o “esforço coletivo” promovido pela CCDR NORTE neste “momento marcante para toda a região”.
Para o presidente da Confraria do Bom Jesus do Monte, cónego Mário Martins “o Bom Jesus não é apenas um pano de fundo para a Narrativa de Camilo Castelo Branco; é uma presença viva, quase uma personagem, que influencia os destinos das figuras que habitam as suas páginas”.
No próximo dia 16 de maio passam precisamente 200 anos sobre a data de nascimento de Camilo Castelo Branco. Notável escritor, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor, é justamente considerado um dos escritores mais proeminentes e prolíferos da literatura portuguesa.
A obra “No Bom Jesus do Monte”, publicada em 1864, o romancista descreve muitas das suas vivências passadas no espaço envolvente ao Santuário.
A sessão ficou ainda marcada pela apresentação do projeto de reabilitação do Jardim de Camilo, reforçando a valorização do património camiliano. Foi também assinada a adesão dos Municípios de Baião, de Cabeceiras de Basto e da Maia, assim como da Universidade Católica, à Rede de Parceria, coordenada pela CCDR Norte, de Comemorações do Bicentenário de Nascimento do escritor.
A iniciativa da Rede de Parceria é coordenada pela CCDR NORTE e tem como objetivo promover uma cooperação interinstitucional para a organização, dinamização e promoção de uma agenda partilhada e integrada de iniciativas culturais, artísticas, científicas e de divulgação da vida e obra de Camilo Castelo Branco, estimulando também coproduções e itinerâncias, no âmbito do bicentenário do seu nascimento, a realizar predominantemente entre 16 de março de 2025 e 16 de março de 2026, sem prejuízo da sua extensão nos anos de 2026 e 2027.
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